Ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa da abertura do “Seminário Aprender para Construir” no Beijódromo.

Ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa da abertura do “Seminário Aprender para Construir” no Beijódromo.

Cultura e educação: Eis aí a solução. Esse foi o refrão repetido por um público de mais de duzentas pessoas, a pedido da atriz e escritora Cristiane Sobral. Ela e o rapper, Madin, foram responsáveis pela performance que abriu o Seminário Nacional de Cultura e Educação – Aprender para Construir, realizado pelos Ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC). O evento foi lançado na manhã desta quarta-feira, (14/6), no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo), na Universidade de Brasília (UnB) e segue até a sexta-feira (16), no Hotel Planalto Bittar.

Em seu discurso, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que o seminário representa um primeiro e fundamental movimento para que novas oportunidades possam florescer a partir da aliança entre cultura e educação. “Sabemos que esses dois eixos são vitais para a formação humana, para a democracia, para a promoção da cidadania, para a sociedade que queremos construir, mais juntas e com mais oportunidades para todos”, disse.

De acordo com ela, a meta mais urgente a partir da realização do seminário é reorganizar muitos dos temas que precisam ser debatidos com seriedade entre os ministérios e a sociedade de forma geral, de maneira a integrar o retorno das políticas culturais com a educação. “Temos aqui o compromisso de pensar a formação artística e cultural em suas diferentes linguagens e contextos. Para isso, o Ministério da Cultura e o Ministério da Educação, devem desenhar uma política capaz de responder ao desafio de uma formação plena, que contemple tanto os saberes escolares quanto os ancestrais, que conecte a racionalidade e os afetos, a precisão e a beleza, o conhecimento científico e a arte’, destacou a ministra.

O objetivo do evento é debater a construção de políticas públicas intersetoriais que destaquem a integração entre arte, cultura e educação, com foco na interface entre os Planos Nacionais de Cultura, de Educação e de Livro e Leitura, dando relevo às políticas de formação artístico-cultural e à democratização do acesso ao livro e formação de leitores.

Contribuição

A secretária-executiva do MEC, Izolda Cela, representando o ministro Camilo Santana, disse considerar que “o que nos move, o que nos traz aqui é algo da maior relevância que é nós construirmos processos para articular e trazer para os espaços de educação, a arte e cultura. “A nossa formação pessoal fica melhor quando desenvolvemos canais de apreciação da arte. Isso movimenta o melhor da nossa humanidade, expande as nossas subjetividades. O comando do ministro é de articulação, é de que possamos cada vez mais estabelecer esse processo, de forma orgânica. Fazer acontecer é exigente. Temos que encontrar caminhos e vamos encontrá-los. Daqui, teremos encaminhamentos ricos para iluminar nossa caminhada”, afirmou.

Integração

Também participaram da mesa de abertura, o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba; a reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abraão; e os secretários de Educação Básica, Katia Schweickardt e de Educação Profissional e Tecnológica, Getúlio Marques Ferreira, do MEC.

Ao recitar a letra de “A Linha e o Linho” (é a sua vida que eu quero bordar na minha/como se eu fosse o pano e você fosse a linha), composição de Gilberto Gil, Fabiano Piúba associou o poema à correlação entre cultura e educação. “Educação e cultura caminham juntas na estrada, na correnteza, na casa, no ninho, na escola, na universidade, no teatro, no museu, na biblioteca, no centro cultural, na vida. Cultura e educação são frutos de uma mesma árvore sagrada do conhecimento”, afirmou.

Piúba assegurou a retomada dos programas Mais Cultura nas Escolas e Mais Cultura nas Universidades, “interrompidos pelo Golpe de 2016 e destruídos nos últimos quatro anos”, completou. 

O secretário chamou de “árdua e bela” a agenda que deve ser desenvolvida, antecedidas por três movimentos, sendo o primeiro a realização do seminário e, o segundo e terceiros, a criação do Comitê Técnico Interministerial Cultura e Educação e, a assinatura de um novo Acordo de Cooperação que deve ser anunciado pelo presidente da República e titulares das pastas, anunciando ações e volume de investimentos para os próximos quatro anos.

O relacionamento entre a Universidade de Brasília e os Ministérios da Cultura e da Educação foi destaque na fala da reitora, Márcia Abrahão. “Estou muito honrada por ter este evento pensado e executado na UnB. “Ter o governo federal conosco nos dá um ar de esperança. Já podemos perceber que as universidades estão sendo tratadas de forma diferente e estamos ávidos por estreitar essa relação, tanto com o MEC quanto com o MinC”, disse.

Painéis Temáticos

No período do seminário serão realizados também painéis temáticos para discutir pontos que nortearão políticas públicas. Convidado para as discussões, o escritor e roteirista Paulo Lins, autor da obra Cidade de Deus, entre outras, defende o incentivo para a criação do hábito de leitura nas crianças e nos jovens de forma lúdica. “A arte tem que ser lúdica. A arte não pode ter cobrança. Tem que ter incentivo. E é isso que a gente está propondo aqui”.

A escritora de obras como Água de Barrela, o Crime do Cais do Valongo e Solitária, a carioca Eliana Alves Cruz, conta que chegou ao evento bastante emocionada. “Porque nós passamos um período muito difícil, muito duro. E ter este ambiente de interlocução, de diálogo entre duas pastas tão cruciais para o país, para o futuro do país, é algo que realmente reestabelece uma fé no futuro, uma fé de que conseguiremos ultrapassar as nossas dificuldades em um país tão grande. Esse diálogo entre os dois ministérios, tendo o livro com a manteiga no pão, é um alimento para a alma. Muitas ideias vão circular durante esse seminário, muitas coisas vão germinar com toda certeza. Eu fico muito feliz de fazer parte, de ter sido convidada”, contou.

A especialista em acessibilidade em eventos culturais, Bárbara Barbosa, estava radiante. “Um momento desses é a melhor coisa do mundo, poder cantar o Hino Nacional, sabendo que ele é nosso, sabendo que tem muita coisa pra fazer, que tem muito trabalho para mas a gente pode fazer, não tem preço”.

Também integrante de painel que vai discutir acessibilidade, ela disse que anotou vários pontos importantes que surgiram nas falas das autoridades para contribuir com o grupo. “É uma honra estar fazendo parte desta construção”.



Fonte: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/volta-de-politicas-publicas-que-integram-cultura-e-educacao-marca-abertura-do-seminario-201caprender-para-construir201d

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